Olhar o passado: ao contrário de o lamentar e sofrer, temos que o transformar numa fonte de alegria, por pior que ele tenha sido.

LIVRO AQUARTELAMENTOS DO NIASSA E DA ZAMBÉZIA

PALAVRAS PRÉVIAS

Quanto às razões que nos motivaram a escrever sobre a Guerra do Ultramar em Moçambique, já tudo foi dito em obras anteriormente editadas, pelo que não queremos repetir-nos para não cansar os nossos leitores, uma vez que têm uma “árdua tarefa” pela frente, que é percorrer os cerca de 225 300 quilómetros quadrados, tantos quantos dizem respeito aos Distritos do Niassa e Zambézia, base deste nosso trabalho.
Contudo, seria imperdoável da nossa parte, não prestar alguns esclarecimentos que a serem omitidos, levariam, porventura, a quem nos lê, a interrogar-se. Porquê de novo os Aquartelamentos do Niassa, se estes já foram abordados em 2002?
A razão principal, deve-se às solicitações de militares que prestaram a sua comissão no Niassa e que nos motivaram a escrever sobre o mesmo tema.
Quando nos debruçámos sobre os Aquartelamentos do Niassa que foram publicados em Número Especial da Revista Batalhão, da qual fomos responsáveis durante 15 anos, fizemo-lo em moldes diferentes daqueles que, posteriormente, utilizámos em relação a Cabo Delgado e Tete.
Assim, estimulados pelas palavras de incentivo recebidas, passámos, de imediato, do projecto à acção.
Deste modo, aproveitámos a oportunidade para agregar, neste livro, o Distrito da Zambézia, por sabermos que muitas Unidades, que cumpriram a sua missão em zonas de 100% de intervenção, eram transferidas para este Distrito com a incumbência de efectuar patrulhamentos.
Posto isto, iremos tecer umas breves considerações quanto ao conteúdo deste trabalho, nomeadamente à forma como foi estruturado. Os dois primeiros capítulos são destinados aos Distritos do Niassa e Zambézia inserindo os aquartelamentos, em cada um deles, por ordem alfabética de A a Z. Refira-se, que apenas constam os locais por onde passaram Unidades a nível de Batalhão ou Companhia e nunca aqueles que serviram de Destacamento, excepção feita a Miandica, cujas razões se encontram explícitas na própria página. Quanto às imagens, muitas delas chegaram-nos em condições muito “envelhecidas”. Apesar disso, resolvemos não as excluir, por encerrarem dentro de si muita história que interessa dar a conhecer. Reproduzimos, também, por comparação e sempre que possível, imagens captadas recentemente nas “peregrinações” que muitos combatentes têm efectuado aos locais por onde andaram há décadas.
Abordámos, ainda, no capítulo terceiro, a maior tragédia ocorrida durante a guerra do Ultramar, o desastre no rio Zambeze, uma vez que ele esteve também ligado ao Distrito da Zambézia.
Antes de finalizar queremos deixar uma palavra de gratidão a todos, sem exclusão alguma, com quem contactámos no sentido de obter fotos ou outros elementos, quer escritos ou verbais, para a elaboração deste livro.
Fica também expresso, por antecipação, os agradecimentos a todos aqueles que nos irão contactar, depois de lerem o livro, dizendo-nos que tinham “imagens magníficas” deste ou daquele lugar…
.

MANUEL PEDRO DIAS
.
Tlm 914631055
.